"Turma do Miojo"

Seis de março de 2018. Sessenta dias de trabalho do novo treinador. Onze jogos oficiais. Liderança geral nas duas competições em disputa. Pressuposto cenário para harmonia e apoio da torcida? Não no Palmeiras. As cornetas já soaram!

A derrota na semana passada no clássico já resultou em carta ríspida da torcida organizada. Dudu, símbolo maior dessa nova fase do ressurgimento do gigante alviverde, tem sido perseguido em sua conta de Instagram pelas suas atuações abaixo do seu potencial. Ontem, jogando com o time reserva e já classificado para as finais do Paulista, alguns jogadores (como Fabiano e Juninho, principalmente) foram vaiados pela torcida por causa de falhas individuais. Ao final do jogo, com a derrota, as redes sociais foram inundadas pelos tradicionais corneteiros palestrinos.

O mestre Felipão, sempre sincero e impetuoso, já havia identificado as turmas do amendoim e do limão. Atualmente, com altos investimentos e um elenco recheado do bons talentos, parece surgir uma nova modalidade de torcedor: a turma do miojo.

Se você, torcedor, vaia seu atleta durante uma partida, sendo inclusive esta, a primeira partida deste jogador no ano, você faz parte da turma. Se você, torcedor, já está pensando (alguns já estão pedindo a cabeça!) que Roger não é o treinador ideal para o Palmeiras, você faz parte da turma. Se você, torcedor, demonstra sinais de insatisfação com quase todo os jogadores do elenco (que até ontem, para você mesmo amigo torcedor, era o melhor do Brasil), você faz parte da turma. Enfim, se você quer resultados instantaneamente, num passe de mágica, em 3 minutos, você é da turma do miojo.

Também é verdade que existem muitos pontos a melhorar; que alguns jogadores poderiam render mais, enquanto outros nem deveriam ter a honra de vestir o manto alviverde; que o time precisa de um pouco mais de empenho em alguns momentos, principalmente nos clássicos; Mas... ainda estamos em março!

Já pararam para pensar porque o limitado time do SCCP consegue ser campeão paulista e brasileiro, enquanto nosso time de estrelas passou em branco em 2017? Continuidade de trabalho! Esse é o segredo. Em momentos bons ou ruins, Carille é mantido. Aqui, somente no ano passado, trocamos três vezes de técnico (Eduardo Batista, Cuca e Valentim).

Não cometamos o mesmo erro (atenção Galliote!). Seremos campeões, mais cedo ou mais tarde. O trabalho é ótimo, dentro e fora de campo. O gigante Palmeiras ressurgiu. Tenhamos um pouco mais de paciência e serenidade. Mantenhamos nosso apoio irrestrito e maciço. O embrião do Bi do Século está pronto. Guardemos as cornetas para celebrar as conquistas!

Saudações palmeirenses!