Boca fechada!



Alívio! É para vivermos momentos como desta noite em La Bombonera que montamos o melhor elenco do Brasil. A maior derrota imposta por um clube estrangeiro em Libertadores ao temido Boca Juniors em seu emblemático estádio pertence a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Não fomos brilhantes, longe disso. Erramos muitos passes, ainda estamos dando espaços em excesso nas laterais e o peso da obrigatoriedade de vencer devido ao alto investimento, um deja vu de 2017, voltou a assombrar o time. Entretanto, foi uma vitória maiúscula, emblemática! Suportamos a pressão nos momentos de sufoco e superioridade do adversário, fomos eficientes no ataque e calamos não apenas os quase 50 mil xeneizes presentes, mas também boa parte da imprensa nacional (sempre pronta para criar crises em nosso ambiente) e, porque não, alguns poucos palmeirenses, corneteiros de plantão, que tem colaborado para tumultuar o ambiente alviverde de uma forma que, estranhamente, remete a arcaica política palestrina.
Majoritariamente, torcedores e imprensa são imediatistas, tem comportamento passional, memória curta e bipolaridade. Da noite para o dia, transformam jogadores e treinadores em craques ou pernas de pau, fundamentais ou descartáveis, dignos de aplausos ou merecedores de xingamentos. Apliquemos este modelo padrão ao Palmeiras 2018.
Mês de Janeiro: contratações de Lucas Lima, Diogo Barbosa, Marcos Rocha e bom início no Paulista. Torcidômetro (jan): "agora ninguém segura"; "melhor time do Brasil", "vai entrar para ganhar todos os campeonatos";
Mês de Fevereiro: empates com Linense e Ponte Preta e derrota no Derby. Torcidômetro (fev): "time de pipoqueiro", "não tem alma", "não vamos ganhar nada novamente";
Mês de Março: estréia com vitória na Libertadores, vitória no clássico contra o SP, classificação para as finais do Paulista com a melhor campanha. Torcidômetro (mar): "seremos campeões", "Borja artilheiro, mostrou a que veio", "Dudu Guerreiro";
Mês de Abril: 'derrota' na final do Paulista, empate na estréia do Campeonato Brasileiro, empate contra o Boca em casa. Torcidômetro (abril): "nossa zaga não serve", "Fora Dudu", "será Roger o treinador ideal?".
Momento atual: vitória histórica contra o Boca em La Bombonera. Torcidômetro: "se jogar desse jeito, não tem pra ninguém", "seremos campeões da Libertadores", "Dudu te amamos";
Faz algum sentido? Seguramente não. Mas é o retrato da realidade. Basta assistir aos programas esportivos pós jogo ou navegar pelas redes sociais da torcida alviverde. É assintomático.
Equilíbrio, racionalidade e tempo são primorosos ingredientes para se ponderar sobre tudo na vida, inclusive o futebol. Se eu não os tenho, se eu não consigo, se eu não me seguro... então é melhor manter a Boca fechada! Estamos em guerra contra o sistema e a união da torcida e time precisa ser um elo ainda mais forte.
Estamos entrando em maio... o trabalho está no início. Perdemos uma taça no apito! E temos tudo para brigar pelos demais títulos. Eles virão! Quando, não sei prever. Paciência, apoio incondicional e, em breve, de nossas Bocas soará uníssono "É campeão!"

Comentários

Postagens mais visitadas