Obrigado, Paulo Nobre!

Quem viveu aquela tarde de 07 de dezembro de 2014, sequer sonhava com o atual esquadrão alviverde que representa nossa Academia em campo. Naquele dia, apenas em seu segundo jogo no Allianz Parque, o Palmeiras empatou com o Atlético PR pela última rodada do Campeonato Brasileiro e se livrou do vexatório terceiro rebaixamento de sua gloriosa história, graças ao triunfo santista contra o Vitória em Salvador.
Dias antes (19/nov), na inauguração da Arena Allianz Parque, fomos derrotados pelo Sport, 2 a 0. Eu estava lá, naquela festiva, histórica e emocionante noite de quarta-feira. Aos 45 minutos do segundo tempo, quando o lateral direito do leão pernambucano, Patrick, fez fila na nossa frágil defesa e sacramentou o fiasco, imediatamente, o público se direcionou para o camarote presidencial do estádio, logo acima do setor Central Oeste, onde me encontrava, para hostilizar Paulo Nobre. "Culpa" dele, marcamos o retorno a nossa casa com uma lastimável derrota.
Hoje, menos de 4 anos depois, colhemos os frutos da austeridade financeira, dos riscos assumidos em pleno ano do Centenário e, principalmente, da coragem desse ilustre, visionário e fanático palmeirense, 38° presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras (2013 a 2016), em um dos momentos, financeiramente falando, mais difíceis de nossa honrosa história.
Paulo Nobre encontrou um clube sem recursos para contratações, com cotas de TV adiantadas, sem patrocinador master no uniforme e com muitas dívidas de curto prazo impossíveis de serem pagas. Neste cenário caótico e desesperançoso, três fatores são responsáveis por usufruirmos o status atual de clube mais rico do país. Primeiro, ao invés de fazer empréstimos bancários a juros altíssimos, Nobre emprestou quase 150 milhões ao clube, a juros baixíssimos, quitados esta semana pelo atual presidente Maurício Galliote, sete anos antes do prazo estipulado. O segundo fator foi a profissionalização do departamento de futebol do clube. No lugar de personas folclóricas, políticas e nada saudosas como Friso e Palaia, Nobre trouxe José Carlos Brunoro, homem fundamental da antiga parceria de sucesso Palmeiras-Parmalat, para ser o gerente de futebol do clube. Na sequência, em seu segundo mandato, presenteou-nos com Alexandre Mattos, disparado o principal diretor de futebol do Brasil, responsável pela montagem do time campeão da Copa do Brasil 2015, Campeonato Brasileiro 2016 e do atual portentoso elenco. Terceiro, e não menos importante, Nobre enxergou a importância desportiva e econômica dos 17 milhões de palestrinos, aprimorando e incentivando o programa de sócio torcedor Avanti, que injetou novos e volumosos recursos no caixa alviverde.
Além disso, vale ressaltar ainda o trabalho inédito de fortalecimento e investimentos na base do clube. Resultado: 16 títulos, 8 vice-campeonatos num total de 38 competições disputadas em 2017, o melhor desempenho da história do clube nesta categoria. Ou seja, em breve, o recurso extra de vendas de jóias da base e a diminuição da necessidade de aquisição de bons jogadores, devem dar ainda mais solidez a estrutura financeira do clube. É claro que a inauguração da quase sempre lotada arena Allianz Parque e o patrocínio da Crefisa também ajudam, e muito, o orçamento do clube, mas não teriam encontrado solo fértil sem as mudanças drásticas promovidas pelo então presidente.
Ao assumir o posto de presidente do clube, Nobre afirmou: "É uma honra estar sentado nesta cadeira... É com muita seriedade que tentaremos fazer o Palmeiras voltar a ser Palmeiras". A honra foi nossa presidente. Sua seriedade, sacrifícios e intrepidez estão arraigados nos anais da história palestrina. Não sabíamos na época, mas naquele pleito de janeiro de 2013 na Academia de Futebol, o gigante adormecido Palmeiras, o Campeão do Século XX, estava ressurgindo! Obrigado, Paulo Nobre. Grazie di tutto!

Comentários

  1. Fantastico,é uma prova de reconhecimento,pelo que foi realizado.

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    1. Ele merece pelo que fez pela nossa coletividade. Obrigado pela visita ao blog. Ajude-nos a divulga-lo. Saudações palestrinas.

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