É Copa, amigos!
Encerrada a primeira rodada da Fase de Grupos da Copa do Mundo
da Rússia e o mundo do futebol vê com espanto as dificuldades que as seleções
favoritas e estreladas estão enfrentando diante de outras seleções menos
badaladas e conhecidas.
Vejamos: Alemanha perdeu para o México; Argentina e Brasil empataram
com Islândia e Suíça respectivamente; França, Uruguai e Inglaterra venceram com
gol nos minutos finais, respectivamente, as seleções da Austrália, Egito e Tunísia. A velha
máxima futebolística de que “não existem mais bobos no futebol” nunca foi tão autêntica. Destaco alguns fatores preponderantes para tal conclusão.
Primeiro, futebol moderno está cada vez mais físico e psicológico
e menos tático e técnico. A evolução física dos atletas mediante o avanço da medicina
esportiva e programas e tecnologias de análise de desempenho, aliada a pressão por resultados
das grandes seleções, facilita ao time azarão, menos qualificado, o que não tem
nada a perder e se preocupa apenas em destruir, marcar, defender. Aliás,
exige-se um menor esforço efetivo dos atletas para se posicionarem numa marcação
por zona com o time em sua totalidade disposto no campo defensivo, do que para atacar,
criar jogadas, sair da marcação, o que carece de movimentação constante, dribles e, portanto, maior energia dispensada.
Segundo, há uma diferença entre a expectativa e a realidade. A
expectativa do torcedor é baseada no estrelato, no quanto o jogador é
midiático, valorizado pela imprensa mundial, na quantidade de prêmios conquistados. O que é bem diferente do quanto, de
fato, ele pode decidir um jogo. Não estou dizendo que craques como Cristiano
Ronaldo, Messi e Neymar, por exemplo, não são decisivos. Claro que são! Mas o
salário que recebem, dezenas de vezes maior que de outros jogadores, não reflete, na mesma proporcionalidade, a diferença de desempenho entre os grupos
citados: craques e demais jogadores selecionáveis. O futebol é coletivo e nem
sempre a genialidade vence.
Terceiro, diferentemente de outros esportes coletivos, tais
como basquete, voleibol e handebol, o melhor time de futebol nem sempre sairá vitorioso de uma partida. Aliás,
aqui está o segredo dele ser apaixonante e tão popular. Pode-se criar inúmeras
oportunidades e a bola teimar em não entrar, enquanto num lance isolado de bola
parada ou contra-ataque bem encaixado, o time adversário abrir o marcador. Aí é
retranca reforçada e o psicológico ainda mais afetado do time posto como favorito, com obrigatoriedade de vencer. Sem contar o imponderável, adjetivo cotidiano a este esporte bretão.
Quarto, é Copa do Mundo! Os melhores jogadores de cada país desfilam nos campos da antiga União Soviética. Superação, doação, raça, concentração, patriotismo, sonhos são componentes comuns à esta competição de seleções.
Acerte o seu Bolão ai, vai começar a segunda rodada. Torça! Vibre! Desfrute! É Copa do Mundo!
Comentários
Postar um comentário