Le pire des Coupes

Para os amantes do futebol, começou o depressivo e angustiante hiato de quatro anos. A Copa do Mundo da Rússia chegou ao seu final. Sobraram ingredientes como competitividade, surpresas e emoção. Os prêmios de Melhor Jogador e  de Revelação da Copa para Modric e Mbappé, respectivamente, foram justíssimos. Minha seleção da Copa é essa ilustrada como capa desta postagem.
Por outro lado, técnica, inovações táticas e futebol de alto nível apresentaram-se escassos. Tivemos um campeão, e parabéns a França pelo bicampeonato, mas nenhuma equipe foi superior ao ponto de 'encher os olhos'. Alguns dados provam tal argumento. A edição de 2018 teve uma média de 7,8 chutes no gol por jogo, menor número das últimas seis edições (apenas para comparação, a Copa no Brasil teve uma média igual a 15,8); A média de gols, 2,6 por jogo, não foi das piores, mas esteve longe das melhores, e só não mais baixa devida a positiva interferência do VAR, que influenciou diretamente no recorde de gols de pênaltis marcados em todas as edições de mundiais (29), sendo 22 convertidos; Alto índice de gols marcados em bolas paradas, quase 30% do total ou 48 gols; Campeã, a França não ficou nem na metade superior do ranking de seleções com melhor desempenho em posse de bola, ou seja, não precisaram jogar muita bola ou tomar a iniciativa para se tornarem campeões mundiais; E, curiosamente, foi a Copa com a maior quantidade de gols contra marcados na história, 12 tentos.

Diante de tal quadro, como Seleção Brasileira perdemos uma grande oportunidade de conquistar mais uma taça. O hexa escapou pelos dedos. Nunca pareceu tão 'fácil'. Sendo assim, farei uma análise individual de desempenho dos nossos jogadores.
     GOLEIROS
     Alisson. Apesar de não ser uma unanimidade na convocação, não foi contestado. Nem deveria, é um bom goleiro. Mas há goleiros melhores, certamente. No entanto, essa é uma posição de confiança do treinador. Devido ao sólido sistema defensivo brasileiro, pouco foi exigido na Copa. Quando a bola chegou, entrou. Goleiro diferenciado é aquele que faz milagres.
     Ederson e Cássio. Como na maioria das Copas, só seriam utilizados mediante uma contusão do titular.
     ZAGUEIROS
     Thiago Silva. Justificou o apelido de "monstro". O melhor jogador do Brasil na Copa. Escorraçado pela imprensa brasileira após a Copa de 2014, é o símbolo maior de como o futebol é capaz de recontar e oportunizar novas histórias.
     Miranda. Assim como seu companheiro de zaga, fez uma excelente Copa. Especialmente no segundo tempo dos jogos contra Costa Rica e Bélgica, quando o Brasil lançou-se ao ataque, ficando exposto defensivamente, Miranda triunfou em quase todos os "um contra um". Gigante.
     Marquinhos e Geromel. Reservas do único setor brasileiro que funcionou perfeitamente na Copa, apenas esquentaram o banco de reservas.
     LATERAIS
     Danilo e Fágner. Regulares. Não comprometeram, mas passaram longe da ofensividade e qualidade de Daniel Alves, causando desequilíbrio ofensivo do Brasil, que majoritariamente atacou pela esquerda.
     Marcelo. Para azar de Tite, mais um dentre os principais nomes da seleção que teve baixo rendimento na Copa. Não foi sombra do craque e multicampeão jogador do Real Madrid.
     Felipe Luis. Na ausência do titular Marcelo, por contusão, entrou e não comprometeu. Fez o que se esperava dele, sem maiores expectativas.
     MEIAS
     Casemiro. Tão fundamental à seleção que sua ausência expôs defeitos do sistema defensivo que culminaram com a derrota brasileira e eliminação brasileira.
     Renato Augusto. Homem de confiança de Tite, chegou lesionado, colaborando apenas no infausto jogo.
     Coutinho. Após protagonismo inicial, caiu de produção nos momentos decisivos.
     Paulinho. Outra peça fundamental do esquema ofensivo de infiltração de Tite que não funcionou como nas eliminatórias.
     Willian. Ausência de Dani Alves o deixou isolado na direita, dificultando suas jogadas e desempenho.
     Fernandinho. Desastroso. Infeliz no primeiro gol belga (contra), e determinante na falha de marcação no segundo. Era a cara do fracasso de 2014. Repetiu a dose em 2018. Tragédia anunciada.
     Fred. Convocação extremamente contestada. Se era importante e de confiança, por quê não substituiu o perdido em campo e psicologicamente devastado Fernandinho no intervalo do jogo contra a Bélgica? Essa nem a Titebilidade explica.
     ATACANTES
     Douglas Costa. Esperava-se ser um décimo segundo jogador, para entrar no segundo tempo, mudar a dinâmica do jogo. Sua lesão impediu seu maior aproveitamento.
     Gabriel Jesus. Polivalente, foi peça fundamental no esquema tático de Tite. Porém, muito abaixo das expectativas para o menino do Jardim Peri que jogava com a nove e a missão de infernizar os zagueiros adversários e balançar as redes inimigas.
     Neymar. Após três meses parado, era impossível Neymar ser Neymar. Mesmo assim, esperava-se mais de um craque que almeja o título de melhor jogador do mundo.
     Firmino. Quando entrou correspondeu. Há quem, insistentemente, implorou pela sua titularidade durante a Copa. Nesta, estou com Tite.
     Taison. (...).

O Hexa não veio! Derrotas geram tristeza, reflexões, crescimento e mudanças. Com correções pontuais, o ótimo trabalho de Tite precisa ter continuidade. É catar os cacos que o Catar é logo ali!
E segue o tabu: le Brésil n'a jamais été champion du monde sans un joueur de Palmeiras.

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