Quartas: pedreira x sonho

Três quartos das delegações que vieram a Rússia já fizeram checkout. Restam apenas 8 seleções na Copa do Mundo e o sonho do Hexa permanece cada dia mais real e palpável para o torcedor brasileiro. A julgar pela tradição, peso da camisa e conquistas, o chaveamento ficou bastante assimétrico. De um lado, três campeões mundiais e oito títulos mundiais em campo; do outro, apenas um campeão mundial, no longínquo ano de 1966. De um lado, um caminho com pedreiras e clássicos mundiais, do outro, um roteiro dos sonhos e chance de fazer história.

Sobre as oitavas, que palpitei no texto da semana passada, o resultado ficou em 6 a 2. Acertei os vencedores de 6 dos 8 jogos das oitavas de final, mantendo meu aproveitamento no palpitômetro da Copa de 75% (mesmo percentual da Fase de Grupos). Errei apenas de zebra. Ao invés da colombiana, que precisou da dramaticidade dos pênaltis para ser exorcizada pelos ingleses; a zebra é anfitriã, quem diria, eliminando a fúria espanhola com seus 75% de posse de bola e zero de efetividade, para desespero dos especialistas de plantão que, aliás, vão precisar ir ao consultório psicológico quando a Copa terminar depois de suas seleções prediletas e modelo darem vexame em território russo.

Em relação às quartas de final, meus pitacos são:
     Uruguai x França. Pelo talento de sua jovem seleção, a França já seria ligeiramente favorita para o confronto. Sem Cavani, um dos principais atletas do torneio até o momento, os uruguaios terão de suar sangue na retranca e jogar por uma bola (Suarez ainda estará em campo para isso). Algo, aliás, que a seleção celeste sabe fazer como poucos no mundo da bola. Ainda assim, aposto na França.
     Brasil x Bélgica. É inquestionável a qualidade ofensiva e individual desta geração belga. O susto diante do Japão nas oitavas pode gera dois efeitos antagônicos. O primeiro é favorável à Bélgica, que entrará com os pés no chão contra a seleção brasileira, sabedora de suas limitações. Um segundo olhar poderá dizer que a Bélgica é muito forte no ataque, mas lenta e frágil na defesa. Do outro lado, estará o sempre favorito Brasil. Diante da principal característica dos times de Tite, o sólido sistema defensivo, e com a capacidade técnica e hábil de nosso ataque, creio na vitória brasileira. Os esquemas parecem se encaixar a nosso favor.
     Rússia x Croácia. Até onde vai chegar a motivada seleção da casa? Engraçado que, teoricamente, para uma seleção que, antes da Copa, não vencia um jogo há sete jogos, parecia mais difícil se classificar na fase de grupos e, maior obstáculo ainda, vencer a Espanha nas oitavas, do que, agora, eliminar a surpresa croata e fazer história chegando às semifinais. Croácia que, por sua vez, revelou fragilidades no duelo contra a Dinamarca. Duelo interessante. Predigo uma suada vitória do time comandado pelo maestro Modric.
     Suécia x Inglaterra. Além dos anfitriões, a grande surpresa da Copa é a Suécia. Classificados em primeiro num árduo grupo e eliminando os atuais campeões mundiais, os suecos tem no coletivo sua grande arma. A jovem seleção inglesa também vem apresentando um futebol regular. A derrota num duelo de reservas para a Bélgica não serve de padrão. Contra a Colômbia, dominaram as ações do jogo, mas entraram na pilha dos sulamericanos, e o gol de empate sofrido aos 48 minutos quase transformou-se num ponto final. Jogo equilibradíssimo. Acredito na melhor pontaria do ataque inglês num jogo de poucas oportunidades.

Considerando meu reiterado aproveitamento de 75%, devo acertar três e errar um palpite. Sendo assim, vou torcer para estar equivocado quanto a primeira peleja. Já que, um Brasil e Uruguai numa semifinal de Copa, além de fantástico, balancearia as forças continentais na luta pela pretendida taça. Faltam três jogos amigos, o hexa é logo ali!
Abraços.

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