Era Felipão: Prelúdio.

Sempre defendi a necessidade de tempo para avaliação de um novo trabalho. Continuidade, paciência e confiança são fatores fundamentais durante o processo para uma avaliação posterior completa e justa do sucesso (ou não) do técnico de futebol. Algo raro na torcida palmeirense e, ultimamente, inexistente na gestão da Sociedade Esportiva Palmeiras. Falta de convicção e planejamento, cobranças excessivas e imediatismo imperam nos clubes brasileiros.
Sem querer compactuar com pré julgamentos ou tirar conclusões instantâneas, mas pelo conhecimento prévio do histórico de trabalhos do mestre Luis Felipe Scolari, inclusive com duas passagens vitoriosas pelo Palmeiras, é possível identificar alguns pontos peculiares deste início de nova era Felipão.
DEFESA SÓLIDA. A vitória de ontem sobre o Cerro Portenho, em Assunção, por 2 a 0 pela Libertadores da América, somou o quarto jogo do setor defensivo sem sofrer gols, o terceiro sob o comando de Felipão. Ou seja, ainda não sofremos um gol sequer após seu retorno. O principal: não temos sido sufocados pelos adversários. Quantas defesas fez Weverton nestes jogos? Quantos sustos tomamos? Raros. Indícios de solidez e compactação defensiva. Ótimo sinal.
VOLANTES EM ALTA. Terminamos o jogo de ontem com quatro volantes no meio campo: Jean, Bruno Henrique, Felipe Melo e Thiago Santos; com Moisés substituído e Scarpa e Lucas Lima no banco, dois dos melhores meias do futebol brasileiro, que seriam titulares em todos os demais clubes da Série A, sequer entraram ontem, num jogo decisivo de oitavas de Libertadores. Claro que foi circunstancial, mas preferir volantes é típico em suas escalações. Ora será necessária tal cautela, algo que Felipão faz sem medo das críticas dos jornalistas de plantão adeptos ao futebol "moderno". Em outros momentos, servirá apenas para nos deixar loucos de raiva (rs), como a manutenção de Jean contra o América/MG, no último domingo, que era o pior jogador em campo e com o time precisando sair do zero a zero.
CENTROAVANTE. Os times de Felipão sempre tem, por característica de jogo, um atacante de área, o tradicional camisa 9. Alto, forte, bom cabeceio, não necessariamente habilidoso, mas oportunista. O chamado "homem-gol". Os dois gols de Borja ontem descrevem com precisão tal jogador. Grêmio, campeão da Libertadores de 1995, tinha Jardel; Palmeiras, campeão da Libertadores em 1999, tinha Oséas. Até com Betinho de 9, Felipão conquistou uma Copa do Brasil, em 2012 (fez milagre!). Além de Borja, temos Deyverson. Sim! Amendoins, limões e corneteiros, acostumem-se com a ideia, ele vai jogar, e muitas vezes! Se encaixa perfeitamente no perfil e, tenho convicção: sua performance melhorará sob seu comando. Não estou falando de qualidade (teria que nascer de novo), mas de eficiência, utilidade, importância no elenco.
FUTEBOL DE RESULTADO. Principalmente nos jogos eliminatórios, Felipão consegue tirar um algo a mais dos seus comandados. Espírito de luta, concentração, entrega e raça não irão faltar. Não jogamos de forma vistosa (aliás, não espere isso), mas se duas penalidades não tivessem sido desperdiçadas, teríamos três vitórias em seu scout inicial nesta terceira passagem pelo clube alviverde. No 'frigir dos ovos', não são títulos que queremos? Quem quer ver jogo bonito é a imprensa. Claro que, como amante do futebol, eu gostaria de ver meu Palmeiras dar espetáculo, porém, prefiro empilhar taças!
Avanti meu Palestra!

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